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01 janeiro 2014

2013: O ano do Fenômeno Black Bloc

Postado Por: Sentença  |  Em:

2013: O ano do Fenômeno Black Bloc

Foi mais ou menos por volta de 2006 durante a graduação que ouvi pela primeira vez sobre os temidos Black Blocs.

Quando conheci, eram jovens europeus que tinham uma estratégia de manifestação dedicada a enfrentar os instrumentos de repressão do estado  e destruir símbolos do capitalismo.

De 2006 pra cá eu tinha em mente a ideia: Nossa seria muito legal se isso acontecesse no Brasil.

Finalmente 2013 foi esse ano e os Black Bloc's chegaram abalando as estruturas tradicionais da sociedade.

Nossa mídia tradicional foi uma das mais abaladas com o fenômeno. Quando despontaram para evidencia nacional os jovens de preto, a mídia tradicional tinha acabado de dar o tiro pela culatra veiculando a frase "São apenas 20 centavos" pelos comentários conservadores e elitistas de Arnaldo Jabor. A frase foi o marco do crescimento das manifestações por todo o pais e evidenciou a mídia como um dos alvos centrais das manifestações.

Eis que nessa turbulência a mídia não podia mais tratar  as manifestações da mesma forma criminalizante que sempre tratou, mudou de estrategia, dividiu o grupo entre manifestantes pacíficos (os bons manifestantes) e os vândalos (os maus manifestantes). Essa divisão pela mídia também causou divisão no grupo das manifestações, manifestantes que se consideravam do grupos 'pacifico' tentavam impedir as depredações dos grupos chamados pela mídia de vândalos.

Deu um folego ao Itaú, que depois de uma manifestação fazia justiça ao slogan: Nem parece um banco. Dificilmente um grupo Black Bloc perdoaria um banco privado, ainda mais um Itaú da vida.

Nesse contexto em contraponto a mídia tradicional, a mídia alternativa tentava tratar os Black Bloc's como um fenômeno de positividade para a sociedade brasileira. Como reportagens desse tratamento posso citar a reportagem do Carta Capital transcrita no link http://brasilemdiscussao.blogspot.com.br/2013/08/fenomeno-black-bloc.html .

Manifestações se estenderam alguns meses com aumento no número de Black Bloc's cada vez com menos integrantes preocupados em manifestar contra o 'capitalismo' e mais preocupados em destruir 'símbolos'. O movimento cresceu em números dedicados ao destruir mas reduziu-se no número de manifestantes contra o capitalismo ou contra qualquer objetivo consolidado.

Essa popularização da destruição fez a mídia alternativa repetir a grande mídia na criminalização do vandalismo nas manifestações e teve que recuar no tratamento de 'fenômeno' e começar a tratar como o problema que deverás se tornou.

Ao fim depois da politização dos Anonymous, e da criminalização dos Black Blocs, as manifestações se diluíram pelo Brasil. Implodiram quase ao que eram antes das jornadas de Junho e do 'Não são apenas 20 centavos', manifestações pontuais focadas e com número reduzido.

Nisso há uma grande ironia, ambos, Anonymous e Black Blocs, eram guerreiros pela justiça ( por assim se dizerem ) que no inicio foram aceitos pelas manifestações que não aceitavam partidos políticos, mas ao fim começaram a ser rejeitados, graças a discursos parciais divulgados pela grande mídia e reproduzidos pelo Facebook e mídias sociais. Mesmo repudiando partidos políticos, os grupos se tornaram partidos políticos e ganharam o repúdio da mídia e consequentemente o repudio da opinião pública.

O fenômeno Black Bloc terminou 2013 manchado pelas piores cores pintadas pela grande mídia, com a opinião pública contraria a ação e várias leis para faciltar a repressão das massas. Mesmo assim, acredito que 2014 promete mais Black Bloc.

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